O Rodeio

Rodeio


Rodeio é uma prática recreativa que consiste em permanecer por até oito segundos sobre um animal, usualmente um cavalo ou boi. A avaliação é feita por dois árbitros cuja nota é de 0 a 50 cada; um árbitro avalia o competidor e o outro avalia o animal, totalizando a pontuação de 0 a 100. O rodeio divide-se em algumas modalidades, tais como "touro, cutiano, barebackbulldoging, três tambores, sela americana, laço de bezerro e laço em dupla". A prática é bastante comum no Brasil, nos Estados Unidos, no México, no Canadá, na Austrália e em mais alguns países da América Latina. O rodeio também é alvo de críticas, sustentando que a prática desrespeita os direitos animais.




Descrição e regulamentação


No Brasil, a maior festa de rodeio é a Festa do Peão de Barretos, que chega a reunir mais de 300 mil pessoas e movimenta milhões de reais em diversos setores. Na edição de 2007, segundo organizadores do evento, a cantora brasileira Ivete Sangalo chegou a pedir 600 mil reais apenas de cachê,1 fora despesas extras. Mesmo com as inúmeras críticas que o evento recebe, diversos artistas patrocinam e se apresentam todos os anos não apenas em Barretos, mas também nas diversas festas que ocorrem em outras cidades do interior do Brasil, principalmente nas regiões SudesteCentro-Oeste e Sul do país. Nesta última existem os famosos rodeios crioulos, que segundo o texto do Parágrafo Único do Art. 1º da Lei Nr. 11.719, de 07.01.2002 se entende por: Rodeio Crioulo é o evento que envolve animais nas atividades de montaria, provas de laço, gineteadas, pealo, chasque, cura de terneiro, provas de rédeas e outras provas típicas da tradição gaúcha nas quais são avaliadas as habilidades do homem e o desempenho do animal. Nesta categoria, o maior evento da América Latina é o Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria realizado em anos pares e por onde passam média de 200.000 pessoas por edição. Veja também Rodeio de Vacaria
No Brasil o rodeio está regulamentado pelas leis nº 10.220/2001 que institui normas gerais relativas à atividade de peão de rodeio, equiparando-o atleta profissional e a lei nº 10.359/1999 que dispõe sobre normas a serem observadas na promoção e fiscalização da defesa sanitária animal quando da realização de tais eventos.

Verdades e mentiras sobre o rodeio

Alguns mitos ainda prevalecem na cultura brasileira quanto ao tratamento concedido aos animais que participam das provas de rodeio. Muitas vezes, por desinformação, este esporte gera equívocos que acabam denegrindo sua imagem. Confira abaixo o que realmente acontece no rodeio de Barretos.

O Sedém machuca os animais?

Não. Há mais de 15 anos este equipamento foi pesquisado por um grupo de profissionais. O resultado, publicado na revista de Educação Continuada, do Conselho de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo, demonstrou que o sedém não provoca dor ou maus tratos. O estudo foi ainda corroborado pelos resultados obtidos pelo professor Dr. Henrry Birguel Jr., da USP.

O Sedém fere o couro e aperta os testículos dos animais?

Não. Em cavalos, o Sedém deve ser de lã ou neoprene revestido, já o utilizado em touro é de algodão com uma consistência macia. As regras do rodeio de Barretos não permitem quaisquer objetos não descritos em lei. O Sedém nunca é apertado o suficiente para causar lesão ou dor. Colocado ao redor da área abdominal, ele é um "sinal" para o animal que "é hora de pular" e não toca os genitais. Inclusive, muitos dos animais com melhor performance são éguas.

Os animais de rodeio são tratados cruelmente?

Não. Estes animais são tratados como verdadeiros atletas, com dieta balanceada, treinamento para fortalecimento dos músculos e acompanhamento veterinário constante. Para o proprietário é importante que este animal esteja bem de saúde, caso contrário ele não participa das competições. Além disso, animais competidores são aposentados por hábito de seus proprietários. Exemplo disso é o cavalo Panther, da Cia. Vale da Piedade, que após participar do Desafio de Bem em prol do Hospital de Câncer de Barretos em 2011, se aposentou aos 20 anos de idade.

A incidência de lesões nos animais de rodeio é excepcionalmente alta?

Pelo contrário. A taxa de lesões em animais no rodeio é extremamente baixa, menos de cinco centésimos de um por cento. Os resultados são baseados em uma pesquisa recente da PRCA - maior associação de rodeio do mundo - envolvendo 75.472 participações de animais, 194 apresentações de rodeio e 78 slacks (qualifying). No rodeio de Barretos, nos últimos 25 anos, o índice é de 0,0004%, em mais de setenta mil provas realizadas.
É importante lembrar que, na natureza e nas fazendas, devido a causas como infecção de umbigo, diarreia, babesiose, acidentes, entre outras, a taxa de mortalidade de bezerros é de 10%, de acordo com a EMBRAPA. Somam-se a esse percentual tantos outros que, já na fase adulta, morrem em decorrência de acidentes ofídicos, aftosa, tuberculose, carbúnculo, etc, aumentando significativamente este percentual.

As esporas machucam os animais?

Não. A pele desses animais é de cinco a sete vezes mais espessa do que a pele humana. Outra questão é a de que em Barretos, as esporas permitidas seguem as especificações da Lei Federal, cujas pontas são arredondadas. Os competidores que violam essa regra recebem multa, suspensão e/ou desqualificação. Para eliminar qualquer chance de violação da regra por algum competidor está desenvolvendo uma espora de borracha a pedido de Os Independentes, entidade organizadora da Festa do Peão de Barretos.

Os animais do rodeio de Barretos são forçados a pular através do uso de choque elétrico?

Isso seria impossível já que é sabido cientificamente que o choque elétrico provoca rigidez muscular paralisando, portanto, a musculatura do animal, dificultando sua movimentação impedindo seu impulso para o salto. O leigo, na verdade, confunde o choque elétrico com o estímulo fisio-elétrico. O choque elétrico é constituído por voltagem somada a amperagem formando assim corrente contínua enquanto o estímulo fisio-elétrico contém apenas amperagem não formando corrente contínua. Na prática, podemos correlacionar esse condutor elétrico com o chamado “tens” utilizado em fisioterapia humana e que está sendo objeto de estudo por Os Independentes. Devido à excelente estrutura dos currais e bretes da arena de rodeio e pastagens do Parque do Peão (2 milhões de metros quadrados), os animais normalmente são conduzidos com tranquilidade para as provas.

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